domingo, 7 de agosto de 2011

ES: 11 anos depois Itiberê à solta. Homem que assassinou o casal de filhos escapou do IRS

foto: SEJUS
Marcos Itiberê Castro que fugiu do IRS .Foto: SEJUS
Itiberê (em imagem recente) serrou grades da cela  e fez uma corda de lençol
A GAZETA
Marcos Itiberê, condenado em 2003 a 43 anos de prisão, fugiu na noite de sexta-feira do Instituto de Readaptação Social (IRS), em Vila Velha. Ele foi condenado por matar, em maio de 2000, os dois filhos, Gabriela Colnago de Castro Caiado, 7 anos, e Marcos Itiberê Rodrigues de Castro Caiado Filho, 9. A polícia faz buscas para localizar o assassino.

As crianças foram mortas com tiros e pancadas na cabeça. Ele disse ainda que usou um travesseiro para abafar o som dos disparos do revólver calibre 38, e não chamar a atenção dos moradores do Edifício Homero Massena, em Vila Velha, onde ocorreu a tragédia.

Avô
Os filhos foram encontrados mortos pelo avô, o procurador de Justiça Carlos Itiberê Rezende de Castro Caiado. Os corpos, em estado de putrefação, estavam enrolados em colchões e cobertores, emparedados na suíte do apartamento do assassino.

Segundo informações da assessoria de imprensa da Secretaria da Justiça, a fuga aconteceu às 21h30. Quando os agentes penitenciários perceberam, solicitaram reforço, e agentes da Diretoria de Inteligência da Sejus e policiais militares realizaram buscas na região durante toda a madrugada. Mas o preso ainda não havia sido recapturado até o final da tarde deste sábado.

"Teresa"

O assassino conseguiu fugir após serrar uma grade da cela onde estava e pular a muralha da unidade prisional com o auxílio de uma "teresa" (corda artesanal feita com lençois).

De acordo com a Sejus, assim que a fuga de Itiberê foi confirmada, a ex-mulher dele, Jânia Carla Colnago, assim como todos os seus familiares, foram avisados de que o assassino estava à solta.

Segundo vizinhos, a mãe de Jânia, que reside em um bairro de Vila Velha, teria sido levada pelo Serviço de Proteção a Testemunhas para um local não informado, por motivo de segurança.

Ainda segundo informações da secretaria, Itiberê dizia dentro da cadeia que, assim que conseguisse a liberdade, mataria a ex-esposa.

O secretário de Estado da Justiça, Ângelo Roncalli de Ramos Barros, informou que Marcos Itiberê cumpria pena em regime fechado na Penitenciária de Segurança Máxima I, em Viana, e foi transferido para o IRS devido a uma decisão judicial, em 2009.

Na época da morte das duas crianças, até o pai do assassino, o promotor de Justiça Carlos Itiberê de Castro, queria uma punição mais severa para o filho. "Ele tem que cumprir prisão perpétua", declarou, no ano de 2000.

Família destruída

Itiberê matou também, em 1990, com um tiro no peito, o comerciante Marco Antônio Pedrini de Souza, que tentou impedir que sua ex-mulher, Jânia, então esposa do criminoso, fosse agredida.

Acusado invadiu a casa onde estava a mãe de seus filhos e o ex-marido dela.

Marco Antônio Gomes, advogado de Marcos Itibirê, diz que a fuga é mais um surto do cliente, e demonstra sua fragilidade mental. "Ele não tinha motivos para fazer isso. Em breve ia conseguir reverter a pena para o regime semiaberto", argumenta. Para Marco Antônio, a fuga do seu cliente só foi possível por causa da greve dos agentes penitenciários.

Sindicato: "IRS está caindo aos pedaços"

"Qualquer um pode fugir do IRS. Aquilo lá está caindo aos pedaços", declarou o vice presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciário do Espírito Santo, Denys Santos Mascarenhas, ao ser perguntado se a greve da categoria pode ter facilitado a fuga de Marcos Itiberê, do Instituto de Readaptação Social (IRS), em Vila Velha.

Segundo Mascarenhas, 250 fugas foram registradas no IRS entre 2009 e 2010. Ele informou que, com a greve, a ronda e troca de turnos continuam sendo feitos, mas estão suspensas visitas de parentes e movimentações internas, como banho de sol dos presos.

Em relação à fuga de Itiberê, garantiu: "Pela porta da frente do IRS ele não fugiu. Até o Governo sabe que o IRS é campeão de fugas. As paredes estão caindo aos pedaços".

A Corregedoria da Sejus está ouvindo os servidores que estavam no IRS, na última sexta-feira, para apurar as circunstâncias do fato.

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