quarta-feira, 27 de julho de 2011

ES: "Espólio de um Déspota". Revolta em tom maior

Editorial
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O que sobressai na massiva manifestação de leitores de Século Diário sobre a violação do cofre do juiz Alexandre Martins de Castro Filho é o tom dos protestos e seu caráter de unanimidade, algo jamais registrado anteriormente em nossa história.

Chegou a ser surpreendente, para os próprios jornalistas que produzem o jornal, essa dualidade de características. É que havia sempre, em manifestações massivas anteriores, vozes destoantes e opiniões divergentes sobre fatos enfocados nas mensagens.

Desta vez, porém, a impressão que se teve, ao final da leitura, foi de que as pessoas estavam falando em coro quando diziam ver traços de conduta de criminosos profissionais no ato protagonizado pelo juiz Carlos Eduardo Lemos.

Era também perceptível a crença de todos de que o fato denunciado pelo criminalista Último de Carvalho, na edição desta segunda-feira (25), tinha como mentor o ex-governador Paulo Hartung. A ponto de muitos leitores o identificarem como o verdadeiro chefe do crime organizado no Estado.

Exageros à parte, ficou patente para os leitores que o jornal prestara um serviço à democracia e às instituições ao destacar a denúncia que o criminalista incluiu no bojo de seu depoimento em defesa dos diretores de Século Diário processados pelo juiz Carlos Eduardo Lemos.

Isso porque nada se sabia, até então, sobre o destino dado às fitas que o juiz Alexandre guardara em seu cofre para que fossem conhecidas caso ele sofresse um atentado.

A história das fitas ficara, assim, envolta em mistério desde o assassinato do juiz, embora a existência delas tenha sido confirmada pela personal trainee do juiz, Júlia Eugênca, no próprio dia do crime, em depoimento à polícia e à Justiça.

Mas agora se sabe, pelo depoimento de Último de Carvalho, que essa parte do depoimento dela foi suprimida dos autos pelo juiz Carlos Eduardo Lemos.

Ao fazer a denúncia desses fatos, Último de Carvalho afirmou tratar-se de uma trama urdida por Lemos e Rodney Miranda, com pleno conhecimento de Paulo Hartung – o beneficiário dela, pois o juiz assassinado achava que seria morto a mando do então governador.

Toda essa manobra agora se torna pública e se insere nos autos do processo que Lemos move contra dois diretores de Século Diário.

O depoimento de Último de Carvalho como testemunha nesse processo, como se vê, jogou luz sobre fatos até então obscuros que envolvem o ex-governador Paulo Hartung em ações condenáveis.

Foi essa percepção que os nossos leitores tiveram ao ler a matéria sobre o depoimento do criminalista, traduzindo-a de forma incisiva e contundente nas mensagens constantes da matéria em destaque nesta edição.
Uma voz de revolta e indignação em tom maior.

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