quinta-feira, 15 de setembro de 2011

RIO: Policial civil que se envolveu em atropelamento e morte de bebê no Méier chora na delegacia

Edna Nascimento Silva na delegacia (Foto: Eduardo Naddar / Extra / Agência O Globo)
Paolla Serra (paolla.serra@extra.inf.br) e O Globo (granderio@oglobo.com.br)
A policial civil Edna Nascimento Silva, de 45 anos, motorista do carro que atropelou uma criança e a mãe no Méier na noite de quarta-feira , chegou na tarde desta quinta-feira à 24ª DP (Piedade), para prestar depoimento. Emocionada e chorando muito, Edna disse que o motorista que bateu em seu veículo estava em alta velocidade. Isso teria feito com que ela fosse jogada na calçada onde estavam Renata Cibelli e seu filho de 1 ano e oito meses. A criança morreu e a mãe está internada no Hospital Salgado Filho.

- Eu estava com a velocidade reduzida para virar à direita, na rua onde moro (Rua Padre Hidelfonso Penalba) para ir pra casa. Ele (o outro motorista) deve ter cortado um ônibus e se deparou comigo. Quando vi, já estava no muro - desabafou Edna.

O técnico de refrigeração José Ferreira Nunes, de 50 anos, testemunha do acidente, afirmou, em depoimento, que o motorista que provocou o atropelamento que matou um bebê dirigia em alta velocidade.

- O rapaz passou em alta velocidade, bem acima de 60km/h. Ele passou rasgando por mim - disse José, que seguia com seu carro pelo local na hora e foi ultrapassado pelo motorista.

Ele também contou que parou para socorrer as vítimas e que Renata Cibelli, mãe de Rodrigo, de 1 ano e oito meses, mesmo machucada, gritava "meu filho!, meu filho!".

A polícia está em busca de imagens do circuito interno de vídeo dos prédios próximos para verificar se realmente houve imprudência de algum condutor. O delegado Ronaldo Oliveira também já pediu as imagens dos radares de velocidade da região.

Renata disse que "mesmo que pudesse" não iria no enterro do filho. De acordo com a cunhada dela, Claudia Alves Cibelle, a mãe recebeu a notícia da morte do filho na manhã desta quinta-feira, com o apoio de psicólogas, no Hospital Municipal Salgado Filho, onde está internada.
Local onde bebê morreu atropelado, no Méier / Foto: Eduardo Naddar - Extra
- Meu marido (irmão de Renata) e os psicólogos do hospital que contaram sobre a morte do Rodrigo. Ela está conformada, pois sabia que ele chegou ao hospital só com 2% de chance de sobreviver. Mas ela disse que, mesmo que estivesse em condições, não iria ao enterro - afirmou.

Com isso, o enterro será na tarde desta quinta-feira, no Cemitério de Irajá. Renata e seu filho foram atropelados na calçada, no cruzamento entre as ruas Padre Hidelfonso Penalba e Coração de Maria, quando voltavam da creche para casa. A mãe sofreu fratura exposta na perna, foi operada e segue internada. Segundo a polícia, o motorista teria perdido o controle do carro após ser atingido por um outro veículo e invadiu a calçada, atingindo a mãe e a criança, que estava num carrinho de bebê.

O acidente aconteceu por volta das 18h50m, quando um Fiesta prata bateu na traseira de um Corsa preto, jogando-o sobre a calçada. Renata, de 38 anos, e seu filho foram levados para o Hospital municipal Salgado Filho, mas a criança sofreu três paradas cardíacas e não resistiu aos ferimentros. A motorista do Corsa preto também foi levada para o hospital, mas acabou liberada depois de passar por exames.

No hospital, o irmão de Renata, Eduardo Cibelli, de 37 anos, contou que esta quarta-feira era apenas o terceiro dia em que a mãe buscava o filho na creche. Ela havia feito a matrícula da criança na sexta-feira da semana passada, quando voltou a trabalhar após longo período de licença.

- Minha irmã estava feliz em voltar a trabalhar. Hoje, cheguei em casa, liguei a TV e ouvi uma notícia sobre uma tragédia no Méier. Fui tomar banho e logo depois minha mãe veio falar comigo chorando muito. Ela havia recebido um telefonema sobre o acidente. Ali, ainda não sabia da morte do meu sobrinho, mas tive um pressentimento ruim - lamentou Eduardo.

Muito emocionada, a avó da criança, Celma Pereira Cibelli, 63 anos, disse no hospital que o neto era uma criança muito simpática com todos e estava animado com a nova experiência:

- Minha filha era apaixonada pelo meu neto. Ela disse que ele estava se adaptando bem à creche.
Muito abalado, o pai da criança não quis falar com a imprensa no hospital. O caso foi registrado na 24ª DP.

Nenhum comentário:

Postar um comentário