Anny Giacomin - agiacomin@redegazeta.com.br
A Operação Verão - realizada todos os anos no litoral capixaba e que, desta vez, começa na segunda quinzena de dezembro - vai ganhar um reforço de 656 alunos soldados, o que deve aumentar o efetivo para cerca de 8 mil. Isso vai fortalecer o policiamento ostensivo dos balneários, sem prejudicar o efetivo do interior. Antes disso, no entanto, esses profissionais vão passar pelo estágio operacional nas ruas da Grande Vitória, já a partir da semana que vem.
Do grupo, 584 alunos soldados serão divididos, em dois turnos, entre quatro batalhões: Vitória, Vila Velha, Serra e Cariacica. Eles vão trabalhar em grupos de cinco - sendo quatro alunos e um militar já formado -, realizando policiamento a pé. O foco dessa equipe é o policiamento ostensivo em áreas comerciais, orlas e em eventos diurnos nesses municípios.
Os demais 72 alunos soldados serão encaminhados para o Batalhão de Trânsito para trabalhar exclusivamente em blitze. Essa será a primeira vez que alunos soldados vão fazer estágio nesse batalhão.
Para conter a defasagem no número de PMs no Estado, a ideia, segundo o secretário de Segurança Pública, Henrique Herkenhoff, é realizar concurso público com 650 vagas para soldados anualmente. A PM, inclusive, já elaborou e encaminhou à Procuradoria-Geral do Estado o edital do próximo concurso para avaliação final. A publicação deve ocorrer em outubro.
Verão
A Operação Verão deve manter as características dos anos anteriores, com a convocação de policiais que atuam no interior e na parte administrativa para o policiamento ostensivo no litoral.
O que muda com a chegada dos 656 alunos soldados é a diminuição dos deslocamentos e do tumulto no planejamento das escalas. "Não devemos reduzir tanto o policiamento no interior. Vamos aproveitar os novos soldados. A população sai ganhando com isso", explicou Herkenhoff.
Investimento
Cinco milhões de reais - É o investimento do governo na compra de radiocomunicadores digitais
1.400 homens - É a defasagem de soldados, cabos e oficiais na Polícia Militar atualmente
Efetivo da PM ainda é quase igual ao da década de 90
Mesmo com a efetivação dos 656 alunos soldados que estão terminando o Curso de Formação da Polícia Militar, o número de policiais da tropa capixaba ainda é pouco diferente do da década de 90.
Segundo o secretário de Segurança Pública, Henrique Herkenhoff, hoje o Estado possui 40 policiais a mais que em 1993, por exemplo, uma diferença praticamente irrelevante. E ainda houve aumento da população e da criminalidade.
Herkenhoff atribui essa defasagem à irregularidade na reposição dos PMs. Por ano, uma média de 200 a 250 policiais de aposentam. Outros têm de ser afastados das funções por conta de problemas de saúde ou passam em concursos, por exemplo.
"Como o Estado ficou seis anos sem fazer concurso, a tropa envelheceu muito. E não temos como repô-la de forma tão rápida", explica o secretário.
Aumentar a formação de policiais agora também não é a solução do problema, segundo Herkenhoff. "Além de não termos espaço físico para isso, ainda há um outro risco: o da aposentadoria em massa no futuro. Aí, vamos padecer do mesmo problema", diz o secretário.
Estabilidade e carreira pública são os principais motivos que levaram 52% dos alunos soldados a ingressar no curso de Formação da Polícia Militar. Somente 18,75% disseram que querem ser policiais por amor à profissão.
O tenente-coronel Antônio Augusto da Silva, assessor de Comunicação da PM, ressaltou que isso é reflexo de uma mudança no perfil das turmas dos últimos cinco anos. "Antes, a maioria dos soldados tinha apenas o primeiro grau completo. Agora, tivemos turmas em que mais de 30% dos alunos tinham curso superior e pós-graduação", conta.
A PM, para esses alunos, é um local de passagem, segundo o tenente-coronel. "Eles ficam na corporação até passarem em um concurso. Mas, como têm mais estudo e cultura, passam na prova. Quem quer seguir carreira militar mesmo acaba ficando de fora", diz.
Maioria busca estabilidade
Estabilidade e carreira pública são os principais motivos que levaram 52% dos alunos soldados a ingressar no curso de Formação da Polícia Militar. Somente 18,75% disseram que querem ser policiais por amor à profissão.
O tenente-coronel Antônio Augusto da Silva, assessor de Comunicação da PM, ressaltou que isso é reflexo de uma mudança no perfil das turmas dos últimos cinco anos. "Antes, a maioria dos soldados tinha apenas o primeiro grau completo. Agora, tivemos turmas em que mais de 30% dos alunos tinham curso superior e pós-graduação", conta.
A PM, para esses alunos, é um local de passagem, segundo o tenente-coronel. "Eles ficam na corporação até passarem em um concurso. Mas, como têm mais estudo e cultura, passam na prova. Quem quer seguir carreira militar mesmo acaba ficando de fora", diz.
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