Do UOL Notícias. Em Brasília
O ministro do Turismo, Pedro Novais (PMDB), pediu demissão nesta quarta-feira (14) após uma nova denúncia de irregularidade envolvendo seu nome. A informação foi confirmada pelo líder do PMDB na Câmara, Henrique Alves (PMDB), no Palácio do Planalto.
"Apoio do partido ele teve sempre. Eu fui hoje de manhã encontrar com o Pedro Novais para hipotecar, em nome do partido, absoluta confiança nele", disse Alves. De acordo com o líder, a decisão foi tomada pelo próprio ministro, que alegou ao partido “precisa de tempo para se defender”.
De acordo com Alves, a bancada peemedebista na Câmara agora vai se reunir para definir o substituto de Novais. A permanência do ministro foi tema de uma reunião no gabinete do vice-presidente Michel Temer nesta tarde. Ao chegar para a reunião, Novais disse que não sabia qual era o motivo da convocação. "Nao sei que reunião é essa. Eu vim conversar com o meu amigo, o vice-presidente Michel Temer.” Participaram da reunião o próprio ministro, Alves e o vice-presidente.
Segundo reportagem da "Folha de S.Paulo", publicada hoje, a mulher do ministro, Maria Helena de Melo, usa irregularmente um funcionário da Câmara como motorista particular.
Ontem, outra denúncia recaiu sobre ele: Novais pagou sua governanta pessoal com salário da Câmara durante os sete anos em que foi deputado federal. A mulher, que trabalhava na casa do agora ex-ministro, recebia como secretária parlamentar, mas nunca deu expediente na Casa. Quando Novais virou ministro, ela deixou de ser governanta e foi contratada como recepcionista por uma empresa terceirizada do Ministério do Turismo.
Foto 7 de 7 - A
mulher de Pedro Novais (PMDB-MA) foi flagrada usando irregularmente um
funcionário da Câmara como motorista particular. O servidor Adão dos
Santos Pereira fica dia e noite à disposição de Maria Helena de Melo,
65, que é funcionária pública aposentada e não trabalha no Congresso Mais Sergio Lima/Folhapress
Cinco ministros caem em nove meses
Quinto ministro de Dilma Rousseff a cair em nove meses de governo --sendo o quarto por denúncias de irregularidades, junto com Antonio Palocci (ex-Casa Civil), Alfredo Nascimento (ex-Transportes) e Wagner Rossi (ex-Agricultura)--Novais já estava fragilizado depois de uma devassa na pasta, realizada pela Polícia Federal, contra ações fraudulentas em convênios firmados pelo ministério. Mais de 30 pessoas com ligação direta ou indireta ao ministério foram presas e denunciadas pelo Ministério Público.Os últimos capítulos da passagem de Novais pelo governo se deram com explicações pouco convincentes na Câmara dos Deputados e no Senado. Ali, ele admitiu que poderia haver irregularidades em sua gestão e prometeu corrigi-las.
Outras denúncias
Novais já começou fragilizado no cargo. Antes mesmo de assumir o Turismo, por indicação de Henrique Alves (PMDB) e do grupo do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o deputado octogenário enfrentava a denúncia de ter usado verba indenizatória para pagar um motel em São Luís (MA). Na posse, ele chorou e negou qualquer irregularidade.Em junho deste ano, Novais firmou seu maior convênio até então, de R$ 20 milhões: deu financiamento à Via Expressa de São Luís, que ligará duas avenidas da capital maranhense –seu reduto eleitoral –, embora a obra pouco tenha de turística. Os outros acordos assinados pelo ministro não chegavam à metade desse número. Em agosto, chegou-se ao total de R$ 351 milhões em gastos com obras que nada têm a ver com a pasta, segundo o jornal “Folha de S.Paulo”.
Apesar da prestigiada indicação de Sarney para ocupar o cargo, Novais só foi recebido por Dilma em julho, para uma curta audiência. Depois de fazer fama como gestora, a presidente não escondeu que considerava o peemedebista pouco habilitado para o cargo.
*Com informações de Maurício Savarese e da Agência Brasil
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