Na noite desta terça-feira (30) um grupo de estudantes se reuniu em um bar na Rua da Lama, no bairro Jardim da Penha, Vitória, para se despedir de uma amiga. Enquanto se divertiam e conversavam, um homem, que na verdade era um policial militar ainda em fase de treinamento, e que estava na mesa ao lado com outros três amigos, começou a "cantar" algumas das jovens da mesa.
Incomodadas com o assédio, as meninas pediram que ele parasse. Inicialmente o homem respeitou o pedido das moças, mas, minutos depois, voltou a provocá-las. Chateadas, pois estavam acompanhadas dos namorados, elas pediram ao proprietário do bar que resolvesse a situação.
O dono do estabelecimento caminhou em direção ao cliente e fez o pedido para que parasse de incomodar as moças. O indivíduo acatou e parou. Cerca de vinte minutos depois, duas das meninas foram ao banheiro e, ao retornarem para a mesa, foram novamente abordadas pelo policial. Ao ver a cena, um dos namorados das meninas se revoltou e foi em direção ao homem, sem saber que ele era policial.
A confusão
O jovem pediu para que ele parasse, mas foi surpreendido pela reação do homem que levantou a camisa e mostrou uma pistola. "Quando cheguei perto dele e pedi que não mais provocasse minha namorada, ele se identificou como um policial federal e perguntou se estava querendo briga. Respondi educadamente que não e disse que apenas parasse de provocá-la, pois estava acompanhada", contou o universitário de 22 anos.
Em seguida, o policial sacou a arma e apontou na direção do jovem e também dos outros estudantes que estavam na mesa. Neste momento os três amigos do PM perceberam que a situação poderia se agravar e, rapidamente o acalmaram, e a situação foi aparentemente controlada.
Inconformada com o abuso praticado pelo policial, uma das meninas acionou a polícia, que rapidamente compareceu ao local com três viaturas. Segundo a jovem, já no controle da situação, os policiais constataram que o indivíduo era na verdade um PM em treinamento, contrariando a versão de que ele pertencia à Polícia Federal.
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Segundo a moça, o policial "xavequeiro" alegou aos colegas de profissão que agiu em legítima defesa, pois havia sido ameaçado com uma cadeira. Os estudantes não chegaram a registrar um Boletim de Ocorrência, pois a situação foi controlada e as partes se entenderam, mas, de acordo com a jovem, o caso foi levado para a Corregedoria da Polícia Militar.
Em resposta, a assessoria da corporação informou que policiais foram deslocados para o local, mas o solicitante não quis seguir até o Departamento de Polícia Judiciária (DPJ) para registrar um Boletim de Ocorrência. Segundo a nota, o jovem afirmou que iria posteriormente à Corregedoria para representar contra o policial, mas até a tarde desta quarta-feira (31) nada foi registrado no local.
A assessoria disse ainda que sem a representação formal contra o suposto infrator, não é possível iniciar um processo de apuração do caso por parte da Corregedoria. A reportagem do canal Cidadão Repórter entrou novamente em contato com o jovem e ele confirmou não ter feito queixa contra o policial.
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