Lucia Helena tinha a esperança de ajudar a filha a abandonar o vício das drogas. A mãe das gêmeas já tem dois filhos, que são cuidados pela avó - uma menina de cinco anos e um menino de um ano. A senhora, que trabalha com serviços gerais em um hospital, conta que já tinha preparado todo o enxoval pra receber os bebês em casa. Por mais que a filha seja usuária de drogas há 6 anos, os avós querem a guarda das crianças. "Eu vou lutar e quero minhas netas comigo dentro de casa. São dois pedaços que estão tirando de mim. Não é justo isso", lamenta.
Parentes e vizinhos estão mobilizados para que as gêmeas sejam cuidadas pela avó."É uma pessoa capaz e competente de criar as duas netas, com certeza", diz o vizinho Lourival Valhate. O tio das meninas, Valdecir Neves, está inconformado. "Nos disseram que as crianças foram para um abrigo. Mas só soubemos disso no dia seguinte. Até hoje não informaram onde elas estão", afirma. Lucia Helena entende que a filha não tem condições de criar os filhos, mas ela se responsabiliza e tem esperanças de cuidar das netas.
A juíza da Infância de Vila Velha, Patrícia Neves, explicou que está acompanhando o caso. Assistentes sociais estão em contato com a família desde maio e continuam analisando a situação, mas o processo pode demorar. Apesar da aflição dos familiares, ela disse que as gêmeas estão bem tratadas e no mesmo abrigo, já que irmãos não podem ficar separados. A regra do Juizado é não divulgar o local.
A verdadeira história é que toda gestante usuária de drogas que dá a luz no hospital de onde as gêmeas foram retiradas pelo juizado, têm seus filhos levados para abrigo, independentemente do interesse e condições da família. Trabalho no referido hospital e sou tio das gêmeas. É de cortar o coração presenciar o desespero de mães e parentes que tem os filhos arrancados de seus braços e verem eles sendo levados para adoção. O próprio defensor público indicado pela assistente social do juizado afirmou à avó que suas netas seriam encaminhadas para a adoção. Ela ainda perguntou se iriam para algum parente e ele garantiu que não. Foi isso que motivou a família a procurar a imprensa.
ResponderExcluirAs crianças eram visitadas e acompanhadas pelos avós todos os dias no hospital.
Michele, a mãe das gêmeas levadas para um "abrigo" pelo juizado de Vila Velha, era uma moça normal, casada e com um filho de quatro anos. Morava em cima da casa do irmão, casado e com uma filha. Tudo ia bem até que a cunhada e amiga engravidou e teve uma filha muito parecida com o marido de Michele. Logo as suspeitas se confirmaram: a criança era do seu marido. Naquele momento foram desfeitos dois lares: o De Michele e o do irmão. Depressiva, Michele entrou no mundo das drogas. Tentou se recuperar em nova relação, engravidou e teve mais dois filhos, mas não conseguiu abandonar as drogas definitivamente.
ResponderExcluirNo início deste ano, grávida novamente, Michele deu à luz a duas menininhas. Devido ao uso das drogas durante a gestação, as crianças precisaram ficar internadas após o nascimento. Ela e a avó das crianças se revezavam no hospital ao lado das gêmeas. Nada disso impediu que um relatório feito pela assistente social do hospital ao Juizado determinasse a destruição dos sonhos da família de criar as meninas.