domingo, 31 de julho de 2011

ES: Bom Jesus do Norte: Lá, Messias é Rei mesmo Na cidade do conselheiro, poucos sabem sobre condenação

foto: Vitor Jubini
Humberto Messias, sua primeira sessão como presidente do Tribunal de Contas do Espírito Santo. - Editoria: Política - Foto: Vitor Jubini
Humberto Messias, sua primeira sessão como presidente do Tribunal de Contas do Espírito Santo. - Editoria: Política - Foto: Vitor Jubini

Desvio:
R$ 50 mil do cofre estadual
:
Foi o total de dinheiro público estadual que Messias recebeu em sua conta, em 2000.

Quem é Messias
Prefeito:
Umberto Messias, 68 anos, é natural de Bom Jesus do Norte, Sul do Estado. Concursado da Secretaria da Fazenda, foi fiscal na Região Sul. Foi vereador de 1977 a 1982 e prefeito de 1983 a 1988 em Bom Jesus.
Deputado: Deputado estadual em 1991, foi vice-presidente da Assembleia Legislativa, então comandada pelo hoje conselheiro afastado do TCES Valci Ferreira. Em 1993/94, foi líder do governo Albuíno Azeredo. A indicação para a vaga de conselheiro pela Assembleia ocorreu em 1995. Foi eleito presidente do TCES em 2009.
Condenado: Em 1º de junho passado, Messias foi condenado pelo STJ por receber R$ 50 mil de dinheiro do Estado para a campanha do irmão, em 2000. A pena de 2,6 anos de prisão foi substituída por serviços comunitários e pagamento de R$ 24.525. Cabe recurso.

Rondinelli Tomazelli
- rsuave@redegazeta.com.br

Não espere encontrar protestos ou indignação com a ficha judicial de um poderoso morador de Bom Jesus do Norte, cidade pacata que faz divisa com o Rio de Janeiro. Lá, a influência do ex-prefeito e líder político da região Umberto Messias ficou praticamente inabalada após ele renunciar à presidência do Tribunal de Contas do Estado (TCES).

Mesmo depois de condenado no Superior Tribunal de Justiça (STJ) por receber R$ 50 mil desviados do Estado, para a campanha a prefeito de seu irmão Ubaldo Martins, em 2000, Messias continua em alta, como rei "idolatrado" em Bom Jesus, na avaliação dos próprios moradores. Na última quarta-feira, A GAZETA foi ao reduto de Messias.

No centro da cidade interiorana, sua casa estava fechada. Mas relatos dão conta de que para lá acorrem muitos pedintes. O conselheiro costuma ser visto em Bom Jesus aos fins de semana e circulando pelas ruas. Segundo sua empregada, o conselheiro e a mulher estavam em Vitória na quarta.

Alheios à política, cidadãos de Bom Jesus parecem dar pouca importância às complicações judiciais de Messias e se dizem acostumados a escândalos políticos. Os poucos que mostram repúdio preferem não se identificar, por temor de retaliação. "Na época da política ele faz o possível. Arruma exame caro. Pobre se dá bem com ele", conta uma moradora. "É gente querendo tirar a presidência dele. Aqui ninguém liga", diz um operador.

Perfil
Na cidade, Messias é descrito como "um bom político" e "o melhor prefeito daqui". É visto com o perfil assistencialista de quem consegue empregos e exames. Sua fama corre as ruas como um político simpático, que a todos cumprimenta. "Eu não sabia da condenação. Só quem está dentro da política se envolve", diz a auxiliar de manipulação Luciene Gonçalves.

A professora Natália Fonseca cultiva a imagem positiva de Messias desde pequena. "Ele vai a todos os velórios e põe nome dos falecidos em ruas para homenagear os parentes". Mas há quem critique o "cacique", como um senhor de 70 anos: "A condenação empobrece a imagem dele. Dizem que distribui dinheiro em campanha. Tem prestígio porque o povo é mal informado, sem senso crítico".

Mas a mãe de Messias, Antonia Martins de Souza, de 89 anos, considera-o "inocente". "Não teve ilícito. Veio dinheiro para Ubaldo. Ofereceram e Umberto aceitou. Muitos pegaram em outras prefeituras, mas ele está sendo perseguido. A renúncia foi negativa". Segundo ela, Messias levou fórum, telefonia, praça, calçamento e outras obras à cidade.

"É verdadeiro absurdo, uma desgraça (a condenação). Confio no meu filho como confio em mim. Na época, era comum governo dar dinheiro a prefeituras na campanha"
Antonia de Souza. Mãe de Messias

"Não acredito, mas, se ele foi condenado, é safadeza lá com a Justiça, não tem nada a ver com a gente aqui. O Umberto me deu remédio e material de construção"
Rosangela Tavares. Empregada doméstica

Derrota

Mas ele não é unanimidade. Sua família faz oposição ao prefeito Adson Salim (PSDB), que derrotou Marquinhos, filho de Messias, em 2008. Servidor da Secretaria estadual da Agricultura, Marquinhos é cotado para 2012. O clã tem eleitores à vista. Roselino Nunes já trabalhou nas fazendas de Messias, considera-o um "bom patrão" e diz que votaria no conselheiro. "A condenação não faz muita diferença. Ele é muito popular. Dou um voto de confiança".

Para a autônoma Florilda Botelho, "negócio de roubar, todo mundo rouba". "R$ 50 mil não prejudica. Não pode acontecer (desvio), mas não deixo de votar na família dele por causa disso".

Um comentário:

  1. ATÉ PARECE QUE A GAZETA E O POVO EM GERAL DESCONHECEM O QUE "ROLA" NAS CAMPANHAS POLÍTICAS DO "BRASIL", ATÉ PARECE QUE ESSA FOI A PRIMEIRA VEZ QUE ALGUM POLÍTICO ARECEBEU DINHEIRO PARA PATROCINAR SUAS CAMPANHAS, ATÉ PARECE QUE ELE ERA O CANDIDATO A PREFEITO... DIANTE DE TANTA SAFADEZA E DESVIO DE VERBAS NO GOVERNO FEDERAL E NA POLÍTICA EM GERAL, CHEGO A PENSAR QUE REALMENTE O CONSELHEIRO UMBERTO MESSIAS ESTÁ SENDO PERSEGUIDO POR ESSE JORNAL QUE INSISTE EM FALAR MAL E PREJUDICÁ-LO. VOCES ESTÃO TRATANDO-O COMO SE FOSSE UM BANDIDO DE ALTA PERICULOSIDADE, ALIÁS, NEM MESMO ESTES SÃO TÃO PERSEGUIDOS...
    DEVERIAM INVESTIGAR E POSTAR TAMBÉM AS BENFEITORIAS DELE NO TRIBUNAL DE CONTAS E EM SUA VIDA POLÍTICA PASSADA, POIS COM CERTEZA ELE SEMPRE FOI E CONTINUARÁ SENDO UM HOMEM DE BEM E "DO BEM" E É CLARO QUE A OPOSIÇÃO VAI FALAR MAL DELE SEMPRE,POIS SABEM DO SEU FORTE CARISMA, SABEM QUE ESSA É UMA OPORTUNIDADE ÚNICA DE TENTAR ABALAR SUA DIGNIDADE, MAS DEUS É MAIOR QUE TODA ESSA FORÇA MALÍGNA QUE ESTÁ CONTRA ELE E TENHO CERTEZA QUE ELE VAI CONSEGUIR PROVAR SUA INOCÊNCIA!

    ResponderExcluir