O número de casos de estupro contra menores, registrados de janeiro a abril de 2011, já ultrapassa a quantidade do mesmo período em 2010, segundo dados da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). Ao todo, foram 188 crianças violentadas nos quatro primeiros meses deste ano, enquanto no ano passado haviam sido 108. Na grande maioria das vezes as vítimas são meninas.
Na Grande Vitória, o município da Serra foi o líder nas estatísticas nos dois primeiros meses, com 32 casos. Desses, o levantamento mostra que 17 foram no mês de janeiro e 15 em fevereiro. Logo após aparece Cariacica, com 26, sendo 16 no primeiro mês e 10 no segundo mês.
Vila Velha vem logo depois com 22 casos de estupro em dois meses, em que oito foram em janeiro e 14 em fevereiro. Vitória com 12 e Viana com três aparecem em seguida. Segundo o delegado titular da DPCA, Marcelo Nolasco, é muito difícil prevenir os crimes de pedofilia, já que 70% dos casos são familiares.
"Quando a gente tem uma notícia de um crime de abuso sexual, a gente investiga para punir o criminoso. Mesmo porque você prevenir ação de pedófilo é algo praticamente impossível. 70% dos casos acontece dentro dos lares, como você vai previnir?", disse.
Além disso, o delegado revela como os pais ou familiares podem identificar sintomas que indicam o abuso sexual nas crianças. "A alteração de comportamento. É basicamente isso. Ela pode ficar mais retraída, mais agressiva, transtornos mentais, entre outros", afirmou Nolasco.
Outra forma muito utilizada pelos pedófilos para aliciar os menores é a internet. Os pais não devem proibir a utilização, mas sim controlar para que nenhuma surpresa desagradável aconteça, como aconselha o delegado Marcelo Nolasco. "Os pais não devem deixar os filhos navegarem livremente e monitorar. Bloquear sites, não deixar crianças no MSN, ou coisa assim", falou.
No total, em todo o ano passado, foram registrados 359 casos de estupros de menores de idade na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). O grande desafio é repreender a ação desses bandidos que agem de forma silenciosa e, na maioria das vezes, dentro das famílias.
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