quinta-feira, 26 de maio de 2011

ES: Policiais são denunciados por envolvimento e auxílio ao tráfico de drogas em Cariacica

Foto: Reprodução TV Vitória
Iranilto de Souza é acusado de ser o chefe do tráfico no Morro do Gama

Denúncias do Ministério Público Estadual (MPES) envolvem soldados, cabos, investigadores e um delegado em esquema de empréstimo de fardas para bandidos e carregamento de armas para o tráfico. O preço para a corrupção supostamente variava de R$ 10 mil a R$ 50 mil. Os chefes seriam traficantes do Morro do Gama, em Cariacica. Doze pessoas foram presas em uma operação.

O homem apontado como chefe do tráfico de drogas do Morro do Gama, em Cariacica, saiu algemado nos pés da delegacia do município, direto para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Viana. Iranilto de Souza, mais conhecido como Iranildo Gama nega envolvimento nos crimes. “Eu não tenho participação nenhuma no esquema. A Justiça agora vai resolver. A Justiça agora vai resolver tudo. Eu não tenho participação nenhuma”, disse.

Ele é uma das 12 pessoas presas, entre elas quatro mulheres, na operação que reuniu mais de 100 policiais militares. Os detidos são suspeitos de fazerem parte de uma quadrilha que corrompe policiais militares e civis para trabalharem no tráfico. Dois cabos e dois soldados, além de 13 investigadores e um delegado de polícia que atua em Cariacica, estariam envolvidos no esquema de acordo com levantamentos do MPES e do serviço reservado da PM.

Os policiais não estão presos e são acusados de emprestar fardas da PM para a quadrilha matar rivais e usuários de drogas que devem a gangue. Eles são suspeitos de se passar por policiais e abordam as vítimas com a alegação de que vão ser levadas para a delegacia e matam no caminho.

As apurações indicam que uma das táticas dos policiais para não serem descobertos é simular ocorrências, como tentativas de homicídio e assaltos. Isso para garantir o carregamento de armas e drogas feito inclusive em carros da polícia durante o expediente.

As investigações apontam que como recompensa os policiais recebiam entre R$ 10 mil e R$ 50 mil em dinheiro, jóias e drogas. O pagamento dos PM's seria mensal e o dos civis, de acordo com o serviço.

Iranilto de Souza também afirmou que não existe a possibilidade de suborno com policiais. “Policial não é comprado, policial já ganha o salário dele para trabalhar. Quem fala que policial é comprado é um grande mentiroso. Policial não se compra não, ele ganha para fazer o serviço dele”, afirmou.

Em nota a Polícia Militar informou que desconhece o envolvimento de policiais com detidos durante a operação de Cariacica. Caso o fato informado seja real a corregedoria da PM vai instaurar processo administrativo para apurar as informações após a chegada formal da documentação da Polícia Civil. 

(Com informações do jornal Folha Vitória)

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