sexta-feira, 17 de junho de 2011

ES: "Terceirizamos a educação dos filhos para a escola", diz especialista. Palestra também vai mostrar como os pais devem agir com as frustrações geradas pelos filhos

Leonardo Quarto
lquarto@redegazeta.com.br



foto: Divulgação
Geraldo Peçanha - Especialista em pais e filhos Geraldo Peçanha - Editoria: Cidades AG - Foto: Divulgação
Peçanha é autor de 30 livros de educação
Autor de mais de 30 livros na área de educação, o doutor em Educação Geraldo Peçanha de Almeida vem a Vitória para realizar uma palestra sobre como os pais idealizam seus sonhos nos filhos. Na conversa, Peçanha vai abordar temas como frustração e falar sobre as dificuldades dos pais de estarem inseridos na realidade dos filhos. O especialista também vai contar a experiência que teve como professor em Moçambique e o que viu naquela cidade. A palestra acontece no XII Congresso de Pais, no Centro de Convenções de Vitória, amanhã, às 16 horas.

Por que alguns pais esperam que os filhos realizem seus sonhos?

O fato dos pais terem testado algumas áreas profissionais e isso ter dado certo, faz com que o pensamento seja de que aquele é o melhor caminho, já que o filho pode aproveitar o conhecimento do pai. Isso é mais por medo e desconhecimento de outras áreas, misturado a preconceito e falta de informação.

E quando os filhos decidem seguir carreiras diferentes?
O que deve ser pensado é que há 20 anos tínhamos 11 carreiras de nível superior registradas no Ministério da Educação. Hoje temos 68 e mais 12 pedidos. Não é saudável pensar que a experiência do pai vai passar para o filho, até porque as crianças hoje vivem experiências.

E como lidar com influências externas na formação educacional dos filhos?Uma das partes mais importantes de conversa que vou ter em Vitória é sobre isso. Pesquisei crianças que sofrem bullyng, e pais que ficam surpresos por não conhecerem esse comportamento. O que se torna mais uma prova de que somos ausentes. Os pais estão distantes, mesmo sendo os compradores dos equipamentos que as crianças usam. Não podemos perseguir os filhos, mas seguir seus passos.

Como acompanhar a formação dos filhos quando se trabalha o dia todo?
Fomos filhos, e tínhamos, na nossa época, um tempo para conversar. Hoje não é mais possível ter essa relação, pois o filho não será igual ao de ontem. É saudosismo querer ter um tempo enorme de convivência. Terceirizamos a educação de casa para a escola, que é quem fala de sexo, política e religião. Devemos escolher uma escola e confiar que ela vai fazer isso bem feito.

Como foi sua experiência em Moçambique?
O que me chamou atenção é que a relação pai e filho na África ainda está no passado. A internet não existe, a televisão tem pouca abrangência e o acesso à cultura e à educação são restritos. Tudo isso faz com que os filhos fiquem mais subordinados aos pais. Isso impede que ampliem o horizonte profissional.

Programação
XII Congresso de Pais

Local: Centro de Convenções de Vitória, em Santa Lúcia
Inscrições: nas unidades do Centro Educacional Charles Darwin, até as 12 horas de hoje.
Valor: R$ 50 (individual) e R$ 75 (casal) para pais de alunos da Escola Darwin e R$ 75 (individual) e R$ 100 (casal) para pais e educadores de outras escolas

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