sexta-feira, 16 de setembro de 2011

RIO: GOVERNO CABRAL. Ex-chefe da Draco quer que Allan Turnowski seja investigado por calúnia e documentos falsos

Allan Turnowski - Foto: André Teixeira - O Globo (arquivo)
RJTV
O ex-chefe da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), Cláudio Ferraz, pediu à Corregedoria Geral Unificada que investigue o ex-chefe da Polícia Civil, Allan Turnowski, por calúnia e uso de documentos falsos. Em fevereiro, ainda no cargo, Turnowski fechou a delegacia especializada para investigar supostas denúncias de um esquema de corrupção envolvendo agentes da Draco.

Foi sob o comando de Ferraz que a delegacia iniciou a Operação Guilhotina na qual o delegado Carlos Antônio Luiz Oliveira - ex-braço direito de Turnowski - foi preso. Na ocasião, os agentes teriam arquivado investigações sobre fraudes em licitações na prefeitura de Rio dsas Ostras, em troca de alguma vantagem econômica.

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À época Turnowski afirmou que foram encontrados na Draco dois documentos originais do processo que teria deixado de ser investigado assinados pelo chefe da especializada e pelo inspetor Jorge Gherard. Ferraz alega que sua assinatura foi falsificada. Nesta quinta-feira, em sua defesa, Turnowski alegou que recebeu o material com a denúncia e encaminhou à Corregedoria. Ele agora espera que o caso seja finalmente apurado.

No mês passado, foi mantido o pedido de arquivamento do inquérito que investiga suposta interferência do ex-chefe da Polícia Civil na Operação Guilhotina. O delegado é acusado de ter informado a um inspetor sobre a investigação da PF . A Procuradoria-Geral de Justiça do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, no entanto, concluiu que não há comprovação de que o delegado tinha conhecimento prévio específico sobre a realização da operação.

Na confirmação do arquivamento encaminhada ao juízo da 32ª Vara Criminal da Capital, o Procurador-Geral de Justiça Cláudio Lopes salienta que, em depoimento, o Secretário de Segurança José Mariano Beltrame afirmou não ter dado a Turnowsky nenhuma informação sobre a investigação da Polícia Federal e nem ter especificado quais policiais estariam sob suspeita de praticar ilícitos como a facilitação de fuga de traficantes do Complexo do Alemão.

Também não há, no entendimento do Procurador-Geral, evidência que aponte a correlação entre o diálogo mantido por Turnowsky com o Delegado Christiano Gaspar Fernandes, interceptado em novembro de 2010, e a operação deflagrada em fevereiro de 2011.

O arquivamento do inquérito já havia sido requerido à 32ª Vara Criminal da Capital pela 23ª Promotoria de Investigação Penal da 1ª Central de Inquéritos Policiais . À época, os promotores Homero das Neves Freitas Filho, Márcio Nobre e Alexandre Murilo Graça alegaram que não há provas no processo contra o policial. No dia 19 de maio, após ser remetido pelo juiz da Vara Criminal, o procedimento policial passou a ser examinado pela Procuradoria-Geral de Justiça.

A Operação Guilhotina levou à prisão 39 pessoas , sendo 30 policiais civis e militares envolvidos em diversos crimes. Entre os presos estava o delegado Carlos Oliveira, ex-subchefe operacional da Polícia Civil. Todos acabaram libertados , mas o MP está recorrendo.

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