quarta-feira, 14 de setembro de 2011

MG: Família de Minas Gerais é procurada por rombo a cofres públicos



AE - Uma tradicional família de empresários mineiros está sendo procurada pela polícia por provocar um rombo estimado em R$ 60 milhões a cofres públicos e ao meio ambiente.

Liderados pelo patriarca Enne Gontijo, os filhos Urbano Gontijo, Gustavo Ferraz Gontijo e Ana Paula Ferraz Gontijo são acusados de produção ilegal, tráfico e comércio ilícito de carvão vegetal, formação de quadrilha, fraude e lavagem de dinheiro. A matéria-prima era extraída de áreas de vegetação nativa de Cerrado e Caatinga em Minas Gerais e na Bahia.

Na operação Corcel Negro II, o Ministério Público, a Secretaria da Fazenda e a Polícia Militar anunciaram nesta terça-feira o bloqueio dos bens de várias empresas regulares em nome da família, estimados em R$ 50 milhões, e decretaram a prisão preventiva dos acusados. Como não foram localizados, eles estão sendo considerados foragidos.

O grupo usava uma siderúrgica em nome de laranjas, a Cosimat, localizada em Matozinhos (MG), na Região Metropolitana de Belo Horizonte, para lavar o dinheiro arrecadado nas operações ilegais.

Títulos podres

Atolada em dívidas, a Cosimat era utilizada pela família Gontijo também para comprar títulos podres de outras empresas do clã. Os sócios oficiais da siderúrgica, Carlos Antônio Murta Alves e Elton Antelmo Carneiro, confessaram ao Ministério Público de Minas Gerais que não sabiam sequer o preço do ferro-gusa.

Na ação, os promotores Fabrício Costa Lopo, Ana Eloísa Marcondes e Paulo Márcio da Silva afirmam que "a sofisticada e eficiente organização criminosa da qual se dá notícia - em plena e ininterrupta atuação há pelo menos dez anos - opera métodos criminosos muito próximos daqueles utilizados pelas conhecidas 'máfias italianas'".

Segundo o MP, para esquentar o carvão, a quadrilha fraudava notas fiscais e documentos ambientais, além de usar uma off shore no Uruguai para lavar dinheiro do esquema. O bando atuava também nos Estados do Piauí, Paraná, Piauí, Goiás e Pará e corrompia funcionários públicos, de acordo com os promotores.

Na Cosimat, um representante do departamento jurídico que se identificou apenas como Camilo disse que os funcionários foram proibidos de dar qualquer informação. Ele disse não saber do paradeiro dos patrões. Na casa da família Gontijo, no bairro nobre São Luiz, região da Pampulha, em Belo Horizonte, uma secretária doméstica disse que não seria possível falar com nenhum dos moradores. "Não tem ninguém aqui".

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