segunda-feira, 26 de setembro de 2011

ES: Vice-presidente da Câmara critica aprovações em sessão vazia. Deputada Rose de Freitas diz que condução foi errada e desrespeitosa. Com 2 deputados, comissão aprovou 118 projetos em 3 minutos.

Do G1 ES
A vice-presidente da Câmara, deputada federal Rose de Freitas (PMDB-ES) comentou, nesta segunda-feira (26), a aprovação de mais de cem projetos, em três minutos, em uma reunião da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados conduzida pelo terceiro vice-presidente da comissão, César Colnago (PSDB-ES), na quinta-feira (22). A sessão foi registrada pelo celular do jornalista Evandro Éboli, do jornal "O Globo".
Em entrevista ao Bom Dia ES, Rose de Freitas disse que a condução da sessão foi errada e desrespeitosa, mas acredita que o Colnago vai conseguir resolver o problema. Ela diz que o deputado foi orientado errado.
"A assessora deveria ter orientado ao quorum mínimo para a sessão acontecer. Pelas imagens, senti que ele estava constrangido com a situação", comenta.

Rose de Freitas ainda condenou a postura dos outros deputados que assinaram presença na sessão. No dia, 35 deputados assinaram, mas, no plenário, estava apenas o deputado Luiz Couto, do PT da Paraíba.

O deputado César Colnago foi convidado para uma entrevista nesta manhã ao Bom Dia ES, mas disse que estaria em Brasília no final de semana e não poderia vir para Vitória nesta segunda-feira (26).
 
 
SessãoEm três minutos e 11 segundos, os dois deputados aprovaram 118 projetos sobre acordos internacionais, concessão de serviços de radiodifusão e a regulamentação da profissão de cabeleireiro. No fim da sessão, o deputado César Colnago brincou: “Depois dizem que a oposição não ajuda".

Entre titulares e suplentes, a CCJ tem 122 deputados. É a comissão mais prestigiada da Câmara. Ela decide se os projetos de lei obedecem a Constituição e as demais leis do país. Pela comissão, passam todas as propostas sobre direitos humanos, garantias fundamentais e organização dos poderes.

César Colnago disse ao Jornal Nacional que 35 deputados assinaram a lista de presença e depois foram embora. “A sessão é válida porque ela está dentro do script do regimento, mas, com certeza, isso não contribui para o debate e principalmente para as decisões, muitas vezes importantíssimas, que a CCJ toma”, justificou César Colnago.

O cientista político Otaciano Nogueira vê o caso como um exemplo da falta de compromisso dos deputados. “Realmente soa como deboche, como desprezo pela opinião pública, como uma afronta. E isso não desqualifica só quem pratica o ato, desqualifica toda a instituição.

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