Editorial
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Visto de perto, como a reportagem de Século Diário
viu, o drama dos pacientes interioranos em busca de atendimento na
Grande Vitória é um dos quadros mais dolorosos da crise da saúde no
Estado.
O pior é que se trata de situação conhecida. E
exposta publicamente. Nos jardins do Hospital das Clínicas, em Vitória,
há pacientes espalhados pelo jardim, como em casos de grandes
calamidades públicas.
Veículos com placas de várias cidades chegam a todo
momento conduzindo pacientes necessitados de atendimento médico – muitas
vezes simples consultas.
Faltam centros de especialidades no interior do
Estado e sobram perigo nas estradas, tanto para pacientes como para
funcionários de prefeituras.
Acidentes graves têm sido registrados, inclusive com
vítimas fatais. Mas o transporte de pacientes do interior do Estado em
busca de consultas e exames na região metropolitana persiste.
Por que? O que o governo está esperando para tomar as
medidas emergenciais necessárias para fazer cessar esse sofrimento de
tanta gente?
Há situações que parecem crônicas. É o caso de
Pinheiros, no extremo norte capixaba, de onde um ônibus lotado de
pacientes sai todos os dias e enfrenta cinco horas de viagem para
distribuir pacientes entre instituições da Grande Vitória.
Algo precisa ser feito com urgência. O secretário
estadual de Saúde, Tadeu Marino, já indicou o caminho da
descentralização como capaz de resolver o problema.
Não adotá-lo é concordar com a postura de Anselmo Tozi, o antecessor de Marino, que defendia o status quo. Ou seja, o atual sistema, responsável pelo dramático quadro atual.
Um plano emergencial precisa ser feito, mobilizando
os municípios pólo do Estado para que se integrem ao atendimento. Só
assim as unidades da Grande Vitória serão aliviadas das pressões que vêm
enfrentando há anos.
Marino quer que se modifique o Plano Diretor de
Regionalização (PDR), que vai dividir o Estado em quatro macrorregiões
com o objetivo de descentralizar a saúde.
Ou, em palavras mais simples e diretas, tirar a saúde pública do beco em que a meteu o governo anterior.
Não há outra saída.
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