GAZETA - Agência Estado
A carga tributária média sobre os combustíveis no Brasil é de 38, 61%
para a gasolina, de 31,36% para o etanol e 27,28% para o diesel, de
acordo com estudo divulgado nesta quinta-feira (15) pela Fundação para
Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia da
Universidade de São Paulo (Fundace/USP). O Espírito Santo aparece na
segunda colocação entre os Estados que mais tributam o combustível, com
42,1% de carga.
O Índice de Carga
Tributária dos Combustíveis (ICTC), que passará a ser divulgado
trimestralmente, mostra, no entanto, que a tributação chega a 42,5% no
caso da gasolina comercializada no Estado do Rio de Janeiro.
No
estudo, os pesquisadores Amaury José Rezende, Silvio Nakao e Gustavo
Abrão, do Núcleo de Estudos em Controladoria e Contabilidade Tributária
da USP, em Ribeirão Preto (SP), levantaram os preços médios dos três
combustíveis consumidos pelos veículos automotores no País e apuraram
toda a estrutura tributária incidente nas cadeias produtivas de cada um.
Chegaram ao ICTC, com base nos preços dos combustíveis do mês de julho.
A
Região Sudeste do Brasil tem a maior carga tributária incidente na
gasolina, de 40,4%, sobre o preço comercializado na bomba. A região tem
ainda, além do Rio de Janeiro, o Espírito Santo na segunda colocação
entre os Estados que mais tributam o combustível, com 42,1% de carga. A
Região Norte, com 37,25% de carga, é que possui menor tributação média
sobre a gasolina, entre as cinco do País. Amapá e Amazonas, com 35,6%,
são os Estados com menor tributação.
"Possivelmente, essa maior
tributação no Sudeste ocorra pelo regime de substituição tributária na
cobrança do ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços),
no qual o Estado elege um elo da cadeia, no caso as distribuidoras, para
recolher o imposto também pelo posto de combustíveis, supondo um preço
final de venda", explicou Rezende, um dos coordenadores do estudo.
Etanol
e diesel, pelo regime de tributação diferenciado, com menor incidência
de impostos e taxas, apresentam uma menor carga tributária. No caso do
combustível de cana-de-açúcar, a carga tributária chega a 32,29% no
Centro-Oeste, a maior do País. Assim como na gasolina, o Rio de Janeiro
também lidera entre os que mais tributam o etanol, com 37,2% de carga
sobre o combustível. O vizinho São Paulo tem a menor carga, com 21,6%. A
explicação é justamente a diferença entre as alíquotas de ICMS entre os
Estados. Enquanto o Rio tem a maior País, com 30%, São Paulo tem a
menor, de 12%.
A Região Nordeste é que mais tributa o diesel, com
uma carga média de 30,84% sobre o preço final e a Bahia é o Estado
líder, com 38,8% de incidência de impostos no combustível de petróleo.
As menores cargas tributárias sobre o diesel são no Sul, entre as
regiões brasileiras, com 22,2%, em média, e no Rio Grande do Sul, entre
os Estados, com 21%.
"É um contrassenso para o País que defende
um programa de energia como base para o desenvolvimento ter uma carga
tributária tão grande; é preciso um novo modelo tributário para os
combustíveis, mais simplificado e com menor incidência de impostos",
concluiu Rezende.
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