quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Zé Dirceu, o consultor, e o nome mais caro do medo: Petrobras

Por Reinaldo Azevedo
Se vocês notarem, no imbróglio do Cafofo do Dirceu — aquele seu governo paralelo montado em dois quartos de hotel —, a figura estranhamento silenciosa é José Sérgio Gabrielli, o presidente da Petrobras, figura normalmente buliçosa, que não esconde ser, antes de tudo, um militante. Não faz tempo, deu uma entrevista afirmando que as decisões na Petrobras — uma empresa mista, de capital aberto! — são políticas. Na campanha eleitoral, afirmou que o governo FHC pretendia, sim, privatizar a Petrobras, o que é simplesmente mentira. Mas ele nunca se intimida. Gosta da fama de que sai por aí chutando canelas porque pode.

Dilma não gosta dele — mesmo que ela venha a público negar essa informação, é uma informação: não gosta!!!Chega a detestar mesmo. Já o fez verter lágrimas quando ministra. Há até quem pense em escrever um best seller intitulado “Quando Gabrielli chorou”. Alma sensível. É outro que ficou no cargo por influência de Luiz Inácio Apedeuta da Silva.


Pois o presidente da Petrobras decidu ficar mudo, deixando para Dirceu representar o papel de vítima das forças terríveis de um… repórter!!!


A propósito: O JORNALISTA ESTAVA NO LUGAR CERTO, NÃO É?, PORQUE LÁ ESTAVA A NOTÍCIA!!! Quem estava no lugar errado era Gabrielli; quem estava no lugar errado era Fernando Pimentel; quem estava no lugar errado era o líder do governo na Câmara. Vejam como a vida é engraçada: justamente porque essa gente estava onde não deveria estar, a reportagem da VEJA estava onde deveria estar. Isso faz supor, com efeito, uma certa contradição. Devo perguntar, nesta minha insaciável curiosidade: QUEM REPRESENTAVA ALI O INTERESSE PÚBLICO? A reportagem da VEJA ou as “autoridades” reunidas num governo clandestino?


Mas volto ao presidente da Petrobras. Gabrielli está quieto porque a lógica dos eventos indica que ele deve estar assuntando a possibilidade de que venha mais coisa por aí. A Petrobras, mais do que qualquer ministério — até por ser uma empresa não-submetida aos mesmos controles dos órgãos públicos —, tem largueza para manejar verbas, para financiar projetos — financia até aquela gente esquisita do subjornalismo que se diz “progressista”, não é?


O encontro com Dirceu foi numa segundona, horário em que Gabrielli deveria estar trabalhando. “E quem disse pra você que não era trabalho?”, pergunta, irritado, o petralha. Bem, e quem disse que eu acho que não era? Com o Zé? “Consultor de empresas privadas”? Por que o cassado não foi até a sede da Petrobras, no Rio? O que o dirigente da maior empresa brasileira tem a conversar com um tipo como Dirceu, que só pode ser dito num quarto de hotel?

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