quinta-feira, 25 de agosto de 2011

ES: A saúde pública sem mistérios

Editorial.
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Os deputados estaduais assistiram, na manhã desta quinta-feira (25), a uma prestação de contas de membro do governo Renato Casagrande como jamais se viu nos oito anos da gestão Paulo Hartung.

O secretário estadual de Saúde, Tadeu Marino, foi claro e objetivo em sua explanação. Defendeu com ardor a atenção primária à saúde. E mais importante: não se furtou a assumir posição crítica em relação à corrente da medicina privada que se sentiu prejudicada com a troca de comando na pasta.

No esforço pela descentralização do atendimento à saúde da população, ele mostrou estar empenhado em agilizar a conclusão do Plano Diretor de Regionalização (PDR), que vai dividir o Estado em quatro macrorregiões.

Será por meio desse plano que se buscará dar fim ao sofrimento dos moradores do interior do Estado forçados a se deslocar aos hospitais da Grande Vitória em busca de atendimento de alta e média complexidades.

Transportados em grupos por veículos que incluem ônibus, ambulâncias e vans, essas pessoas partem do interior do Estado para a região metropolitana em busca de atendimento em especialidades que não são oferecidas em suas localidades de origem.

Involuntariamente, elas contribuem para a superlotação dos hospitais da Grande Vitória. Com a renovação do PDR, os serviços devem passar a ser oferecidos em municípios polo de cada macrorregião.

Mas o principal ponto tocado pelo secretário em sua explanação, sem dúvida, foi o foco na saúde pública, detalhe que diferenciou sua apresentação das anteriores.

Ele reconheceu que corredores superlotados nos hospitais ainda persistem, mas ponderou que essa realidade poderá ir mudando paulatinamente se o atendimento em unidades de saúde dos bairros melhorar. É preciso, frisou, que essas unidades deixem de ficar desassistidas.

E como isso poderá ser feito? Por meio de investimentos do governo, mediante um planejamento mais voltado para as necessidades da população. Esta é uma de suas metas à frente da pasta.

Ele lembrou que a mortalidade infantil nos hospitais estaduais caiu de 11,43% no primeiro trimestre de 2010 para 11,16% no mesmo período deste ano. Esta não é ainda uma tendência aceitável, mas já indica melhoria no quadro.

O secretário não se furtou a comentar a saída de 60 pediatras do quadro do Estado na crise que inaugurou sua gestão. Disse lamentar que esse fato tenha se dado durante o surto de bronquiolite que ocorre todos os anos nos meses de inverno. Foi um momento muito crítico, ressaltou.

No final do pronunciamento, ele se colocou à disposição para formar uma comissão em conjunto com o Ministério Público do Estado (MPES) e a Sociedade Capixaba de Pediatria para que os números do setor sejam apresentados de maneira transparente.

Sem dúvida, foi positiva a explanação do secretário. Se não houve manifestações efusivas de elogio a ele por parte dos deputados, pelo menos não tivemos desta vez as lamentáveis cenas de bajulação dos episódios anteriores.

Até porque os deputados não estão ali para distribuir elogios, mas para acompanhar e fiscalizar as ações do Executivo.

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