quarta-feira, 31 de agosto de 2011

ES: POLÍCIA CIVIL. INFORME SINPOL: Sindipol tenta explicar o inexplicável

Ficou uma pérola a justificativa de Bigu para a traição sofrida pelos Investigadores de Polícia. Está lá no site do Sindipol. Segundo a justificativa, os culpados da armação foram seu vice-presidente Walter Buffolo e o deputado Gilsinho Lopes, que num momento posterior à retirada do projeto da ALES reuniram-se na surdina e escreveram a emenda da discórdia para que depois o projeto fosse reapresentado sem qualquer aviso e votado em regime de urgência. O pior é que ele disse que o Buffolo agiu na qualidade de presidente da Agenpol e não de vice-presidente do Sindipol. Então é assim: quando Buffolo precisa de uma entidade com forte estrutura financeira para trabalhar somente em prol do seu cargo, ele é vice-presidente do Sindipol. Depois, quando é para colher as benesses facilitadas pela estrutura do Sindipol, ele se transforma em presidente da Agenpol e vai pro abraço. Mais patético ainda é ouvir Bigu, ocupante do cargo de Investigador de Polícia, dizer que não pode interferir em favor dos Investigadores porque na posição de presidente de um sindicato que representa todos os cargos ele deve manter-se neutro. Enquanto isso, seu vice faz a festa.

Em nota publicada no site do Sindipol a diretoria tenta se explicar e acaba se complicando ainda mais. Afirmam que “As funções gratificadas estão retornando, devido a diversas reuniões do SINDIPOL com o Chefe de Polícia, SEGER e representantes de Classe” e se contradizem dizendo que “Nós do SINDIPOL e Associações não tivemos acesso a criação das referidas chefias”. Com essas duas afirmações a diretoria do Sindipol fez igual ao personagem Rolando Lero que dizia muita coisa sem justificar coisa alguma.

Em um outro trecho eles falam que souberam que o Deputado reuniu-se somente com uma categoria e o projeto foi reenviado à Assembléia Legislativa. E onde estava essa briosa diretoria que se diz legítima representante dos Policiais Civis? Como pode defender privilégios para uma categoria em detrimento de outra? Afinal, omissão é um tipo de atuação que tem custado muito caro à sociedade. Falando em legitimidade, por que não divulgaram a decisão da Justiça do Trabalho que deu ganho de causa ao SINPOL para representar os Investigadores de Polícia? Conheça a decisão no endereço http://portal.trtes.jus.br/sic/sicdoc/DocViewer.aspx?fmt=1&sq=756884095&id=254 Declaram ainda em nota que “Temos que ter a humildade de reconhecer que falhamos em alguma coisa, aliás, quem planta discórdia, colhi discórdia”. É, de fato, colheram discórdia, como afirmaram no texto: “colhi discórdia”. Temos a convicção de que essa colheita feita pelo Sindipol trouxe prejuízos a todos porque a união será sempre o melhor caminho para fortalecer o movimento sindical. No entanto, a transparência e a fidelidade aos princípios é fundamental para que essa relação seja boa para todos e assim, leve as categorias ao crescimento. É inconcebível que um sindicato que representa diversas categorias de uma mesma instituição por omissão acabe atirando contra uma dessas categorias. A humildade é mesmo um dom, precisa ser exercitada e o Sindipol faz mesmo isso quando reconhece que erraram e ainda confirmaram que “Gostaríamos de relatar que o Agente de polícia Walter Buffolo é Presidente da AGENPOL e, assim como a Assinpol, busca melhoria para sua categoria. Quando conversou com o Dep. Gilsinho Lopes foi em nome da Agenpol e não SINDIPOL.” Então, o presidente da Agenpol, que é vice- presidente do Sindipol, foi ao deputado em nome de sua associação e não como diretor do Sindipol? Vocês, Investigadores, acreditaram nessa possibilidade? No texto eles falam de acreditar em Papai Noel e, de fato, temos essa situação que é, no mínimo, estranha e fantasiosa. Se assim o fosse, qual foi a atitude dos demais diretores? Houve algum tipo de retaliação contra as ações indevidas desse diretor a fim de impedir tamanha falta de respeito contra os Investigadores?

No decorrer da nota eles ainda usam em vão o nome de Deus em uma justificativa bíblica para agredir e ainda sugerir que somos culpados por plantar discórdia na categoria: “Não podemos julgar uma categoria por erro de alguns representantes, mas na Bíblia no livro de Gálatas cap. 6 vers. 7 fala: Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo que o homem semear, isso ceifará e, em Lucas cap. 11, vers. 17 fala: Mas conhecendo ele seus pensamentos, disse: Todo o reino, dividido contra si mesmo, será assolado; e a casa, dividida contra si mesma cairá.”

Sem o menos fazer uma reflexão sobre a traição que os Investigadores sofreram com a omissão destes “legítimos representantes dos policiais civis” seguem afirmando: “Portanto, caros Sindicalizados, gostaríamos de finalizar deixando bem claro que não somos e nunca seremos traidores. A diferença é que trabalhamos com ética e lisura, coisas que faltam em alguns representantes, mas isso vem de berço.” Os questionamentos que ficam são os seguintes: Por que não solicitaram que o projeto fosse retirado de pauta novamente? Por que, mesmo sabendo que um de seus diretores estava negociando em separado um beneficio para a categoria dos Agentes, não informaram a esse diretor que tal postura estaria prejudicando os Investigadores e ainda ferindo o que eles próprios chamam de “ética e lisura”? O que a diretoria do Sindipol estava fazendo para corrigir tal aberração a fim de impedir que um de seus diretores alimentasse um conflito entre duas categorias? E, vamos além: o que até a presente data os briosos diretores do Sindipol fizeram para corrigir essa traição?

Queremos ainda repudiar a postura dessa diretoria do Sindipol que fica utilizando o nome de Deus em vão para justificar ações impensadas e falta de compromisso com a categoria. A diretoria do SINPOL reitera todos os dizeres da nota anteriormente publicada e mais uma vez deixa claro que não vamos tolerar hipócritas, covardes e falsos sindicalistas que até a presente data não foram capazes de efetivamente serem os legítimos representantes de uma categoria que construiu sua história com muita luta.

Entendemos ainda que a diretoria do Sindipol perdeu a oportunidade de demonstrar as ações que foram feitas recentemente na tentativa de corrigir a traição de que nós, Investigadores, fomos vítimas. A carta-resposta que os Investigadores aguardam é aquela na qual vocês apresentem o que têm feito para corrigir a traição cometida contra nossa categoria.

Está na hora de os Investigadores refletirem sobre o futuro da categoria. Não basta falar em união, é preciso diariamente buscar o caminho para que ela efetivamente ocorra. Não fomos nós que sugerimos ao governo que as Chefias de Investigação que eram destinadas aos Investigadores pudessem ser ocupadas pelos Agentes sem ao menos propor uma ação específica que atendesse aos Agentes e, ainda, tendo conhecimento da situação cotidiana nas delegacias. A Polícia Civil é organizada por uma legislação que define cargos e funções. Desrespeitá-la é colocar em risco uma estrutura que há anos vem se estabelecendo em um Estado de Direito e não de elocubrações irresponsáveis e eleitoreiras.

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