sexta-feira, 3 de junho de 2011

ES: Vitória, uma cidade parada. Durante todo o dia, protesto de estudantes parou o trânsito. Houve confronto com policiais


Das 7h30 da manhã às 20h30, a Grande Vitória parou, ontem. O que começou como um protesto pedindo passe livre nos ônibus e redução das tarifas dos coletivos, liderado por um pequeno grupo de estudantes, acabou em descontrole nas ruas e cenas de guerra.

Houve confronto com o Batalhão de Missões Especiais (BME) da Polícia Militar por três vezes. O descontrole era visível em ambos os lados: enquanto os militantes se armavam de pedras e pedaços de pau, os policiais lançavam bombas de efeito moral e tiros de borracha contra quem estivesse à sua frente.

A população se viu diante de engarrafamentos nos principais pontos da Grande Vitória. Muita gente não chegou ao trabalho, ao médico ou à escola.

O protesto começou pela manhã, e a partir dele ninguém passava pelo Centro da Capital. Um grupo de estudantes fechou as avenidas Getúlio Vargas e Jerônimo Monteiro, na altura do Palácio Anchieta, criando um engarrafamento de mais de 10km. Queimaram pneus - e a carga chegou a ser resposta, durante o protesto - e tentaram impedir que os agentes de trânsito chegassem ao local.

Ninguém passava pelo bloqueio, nem ambulâncias. Não havia negociação. A via só foi liberada por volta das 13 horas. Parte dos estudantes se dirigia ao palácio, para uma reunião com o vice-governador, Givaldo Vieira, quando o Batalhão de Missões Especiais (BME) chegou ao local.

Leia também:
Governo: "Sem chance de atender a pedidos"

Do protesto à delegacia


Ninguém assume movimento

Bombas e tiros
Com bombas de efeito moral e tiros de borracha, os policiais dispersaram o grupo que havia ficado na avenida, que reagiu, jogando pedras nos PMs. Revoltados e se dizendo enganados pelo governo, já que haviam concordado em negociar, os estudantes seguiram para a Avenida Fernando Ferrari, em frente à Universidade Federal do Espírito Santo.

Dessa vez, o número de manifestantes foi maior. Depois de uma hora de via interditada nos dois sentidos, o BME deu cinco minutos para o grupo sair. Sem acordo, o conflito foi retomado, dessa vez com bombas e balas de borracha atiradas em direção à universidade, onde os estudantes se refugiaram.

Passado esse confronto, os manifestantes seguiram em direção à Terceira Ponte. A ideia era liberar o pedágio para que os veículos passagem sem pagar, como já fizeram outras vezes. Mas, ao chegar ao local, no início da noite, cerca de 100 policiais, com o reforço da cavalaria da PM, impediam a passagem. Novamente, houve conflito.

Parte do grupo, afugentada pelo BME, seguiu para a sede da Secretaria de Estado de Educação (Sedu), onde a manifestação terminou com mais de 20 pessoas detidas.

Um dia de caos
7h40 
CHEGADA
. Os estudantes começaram a se mobilizar em frente ao Palácio Anchieta, no Centro de Vitória

11 horas
NEGOCIAÇÃO
. Alunos marcam reunião, para 11h30, com o vice-governador,  Givaldo Vieira,  mas o encontro  não aconteceu

13h30
CONFLITO
. O Batalhão de Missões Especiais  estava preparado e deu 15 minutos para grupo liberar  a via. Parte dos alunos estava a caminho de uma suposta reunião com Vieira. A outra ficou na via e viveu o confronto com os PMs

14h30
UFES
. A manifestação já havia acabado no Centro. O grupo, dividido, seguiu para a Ufes, de ônibus, mas sem pagar passagem

15h
RECOMEÇO
. O grupo fecha a Avenida Fernando Ferrari, perto do antigo portão central da universidade. Em minutos, ocupam os dois sentidos e passam de 300

16h30
BME
. Militares aproximam-se  e dão 5 minutos para o grupo sair. Começa o confronto. Alunos levavam  paus e pedras e até um escudo improvisado feito com uma grade da universidade. Policiais atiram bombas e balas de borracha, inclusive em direção à Ufes

17h
LIBERADO
. O BME libera a pista e é aplaudido. Estudantes voltam a ser unir e começam uma passeata. Em meia hora, ocupam a via e seguem rumo à Terceira Ponte

18h40
À ESPERA
. Cerca de 100 policiais estavam na praça da Terceira Ponte. Um novo conflito começa, com mais bombas. Duas equipes menores da PM atiravam balas de borracha

19h
Sedu
.Manifestantes vão até as proximidades da Sedu. De lá, alguns são levados para um DPJ.

A Gazeta

Nenhum comentário:

Postar um comentário