"Espólio de um Déspota": A realidade da Educação no Espírito Santo escrita a socos e ameaças. A relação de respeito entre aluno e professor foi substituída por agressões. A face cruel que vive a Educação deixa medo e traumas

"A dor física passou, mas a dor psicológica não". O desabafo de uma educadora agredida por aluno em uma escola estadual na Serra retrata a realidade vivida por professores em muitas unidades de ensino do Espírito Santo e em todo o país. A relação de respeito que existia entre aluno, professor e escola foi deteriorada com o passar dos anos e, aos poucos, substituída por atos de violência, vandalismo, xingamentos e ameaças. O medo e os traumas são as sequelas mais evidentes desta face cruel que vive a Educação.

Os casos de agressões sofridas por professores, coordenadores, diretores e funcionários das escolas são frequentes, mas o medo de represálias faz com que as vítimas não denunciem, e assim mascaram uma realidade dolorosa que acontece no ambiente escolar e que transforma a prazerosa tarefa de educar em temor. Por isso, os personagens desta reportagem especial não terão os nomes divulgados. As instituições de ensino onde ocorreram os casos também não serão identificadas.

Leia mais em Quais são os motivos de tanto desrespeito e violência? A psicopedagoga Keila Pimentel acredita que a culpa seja do rompimento dos laços dentro das famílias e afirma que muitos jovens encontram um ambiente hostil dentro de casa e reproduzem na unidade de ensino.