terça-feira, 17 de maio de 2011

ES: Na Assembleia há mais PMs do que em bairros. Quase trinta policiais tomam conta do prédio do Legislativo, enquanto em Jardim da Penha, são apenas 9 por turno

foto: Divulgação
O esquema de segurança para garantir a integridade física dos 30 deputados estaduais e dos frequentadores da Assembleia Legislativa envolve 29 policiais militares cedidos para aquela Casa, superior ao contingente de companhias que cuidam da segurança de bairros populosos da Grande Vitória. Esse quantitativo, divulgado na coluna Victor Hugo, cobre 27 mil m2 de área construída do Legislativo estadual, mas territórios que convivem com problemas sociais e violência não dispõem de tal conforto, como a Grande Terra Vermelha e a Grande São Pedro.

Segundo André Brandino, presidente da Associação de Moradores de Santo André, o contingente policial é insuficiente na área. "A Polícia Militar confirma 74 policiais para cobrir os 10 bairros de São Pedro. Com escala de trabalho e turnos, restam só 25 agentes por dia".

André reclama dos policiais cedidos aos órgãos públicos. "Muito policial na Assembleia poderia reforçar nossa região", observa. "Temos só sete viaturas que pouco circulam", diz João Bispo Jr., que preside associação de São Pedro I, II e IV. 

No interior, dois policiais para uma cidade inteira 
Com um efetivo que permite a escala de apenas dois policiais em um plantão de 24 horas para 14 mil habitantes distribuídos na sede de Mantenópolis, três distritos e área rural, o promotor de Justiça do município, Izaias Antônio de Souza, emitiu ontem um parecer de alerta demonstrando a "gravíssima desestrutura estatal".

Em seu documento, encaminhado às autoridades em geral, o promotor afirma que a estrutura "alcançou limites de deficiência que afetam gravemente os direitos individuais e sociais fundamentais". Souza alega que, com o efetivo, "ou os policiais saem em diligência e fecham a sede do pelotão, ou mantém a sede aberta e não realizam diligência".

O promotor destaca ainda que a delegacia do município se encontra sem delegado, com um escrivão sem formação jurídica e que investigadores e agentes atuam na guarda de até 45 presos "numa cadeia pública construída em 1959 para abrigar 16 presos masculinos".

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