terça-feira, 10 de maio de 2011

Espírito Santo vive pandemia de homicídios, diz sociólogo

O Mapa da Violência, organizado pelo Instituto Sangari, de São Paulo, traz uma radiografia das mortes violentas no Brasil. Entre os dados pesquisados estão homicídios e as mortes no trânsito. O sociólogo Julio Jacobo Wiaselfisz, autor do estudo, em entrevista à Rádio CBN Vitória (93,5 FM), foi categórico ao afirmar que o Espírito Santo é um dos Estados que mais mata a sua juventude. "Estão matando o futuro do Espírito Santo", alertou.

Ele mesmo se mostrou alarmado com as mortes de jovens no Estado. Na pesquisa, ele observou que dos mortos no Estado a maioria é jovem, entre 15 e 24 anos de idade. Além disso, 92% são homens, negros, da periferia urbana e com baixa escolarização. "É uma pandemia! O Espírito Santo já está assim por um tempo muito prolongado", enfatiza o sociólogo que completa lembrando da facilidade com que as pessoas se armam no país. "A circulação de armas de fogo no Brasil é de fácil acesso e a meninada sabe como conseguir. A tragédia de Realengo (RJ) mostra isso."

Jacobo também destacou que para cada homem branco que é assassinado no Estado, outras 2,5 mortes são de negros. Sobre as mortes no trânsito, a relação entre mortes em acidentes envolvendo carros e motos é desproporcional: para cada morte envolvendo uma vítima de acidente de carro ocorrem outras 14 com motociclistas.

Sobre as mortes violentas, Julio Jacobo ressalta que "há duas armas que matam a população do Espírito Santo: o revólver e a moto". Para o pesquisador, "há uma ideologia no Brasil estimulada por certos tipos de interesses de que a moto é o transporte do povo". As campanhas, segundo ele, conseguiram diminuir as mortes de pedestres, mas não houve o mesmo para motociclistas. As mortes de motociclistas aumentaram mais de 750%.

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